A centralidade de que se revestiu a cidade
romana de Tongobriga não se esvaneceu completamente com a
queda do Império, no século
V. Tongobriga aparece como
sede de uma das primeiras paróquias cristãs que então se
criam na recém-formada diocese do Porto.
Escavações arqueológicas recentemente realizadas no adro e
na igreja paroquial de Santa Maria de Freixo permitiram
confirmar que a basílica paleocristã, correspondente à
ocupação do sítio nos séculos V e VI, se localizava no
espaço hoje ocupado pela igreja e respectivo adro. O
edifício da primitiva basílica excedia, quer em largura,
quer em comprimento, o espaço ocupado pelo templo actual, e
possuía um belíssimo pavimento revestido a mosaico
policromo, único no seu género e na sua cronologia.
O seu pavimento, que tinha por base o afloramento granítico
previamente nivelado e regularizado, era revestido por um
mosaico composto por tesselas de seis cores distintas
(branco, cinzento, amarelo, laranja, vermelho e verde
claro).
A riqueza do pavimento, bem como as consideráveis dimensões
da basílica paleocristã, não se compadece com a ideia de
declínio associado à generalidade das cidades romanas em
tempos post-imperiais, e representa um considerável
investimento económico, certamente associado a uma pujante
vida cultural e religiosa dentro do espaço onde florescera,
desde os finais do século I, a cidade romana.